Angelo Coronel descarta 'pacotaço' do governo, reafirma candidatura ao Senado e cogita lançar 'Jesus' ao governo

O senador Angelo Coronel (PSD) negou, em entrevista à CBN Salvador, qualquer negociação com o governo do Estado para desistir da reeleição ao Senado em troca de um suposto “pacotaço” político. A especulação, divulgada na imprensa, apontava uma suposta oferta de uma vaga de vice-governador para Diego Coronel e da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia para Angelo Coronel Filho.

Segundo o senador, não houve qualquer contato recente com o governador Jerônimo Rodrigues(PT) sobre o assunto. Coronel afirmou que também não tratou do tema em conversas recentes com os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa e classificou a informação como "especulação" típica do período pré-eleitoral. “Estamos nesse período pré-arrumação, e todo mundo começa a criar cenário. Mas, da minha parte, não existe nada disso”, afirmou.

Coronel foi enfático ao dizer que mantém sua candidatura ao Senado em 2026 e que não há, no seu grupo político, qualquer discussão sobre desistência. De acordo com ele, qualquer decisão será tomada coletivamente com aliados que têm incentivado o projeto. “A base do governo sabe da minha posição. Eu sou candidato ao Senado e isso está mantidíssimo”, reforçou.

Questionado sobre a possibilidade de disputar fora da chapa governista ou até dialogar com a oposição liderada por ACM Neto (União Brasil), o senador evitou tensionar o cenário, mas não fechou portas. Disse que pretende avaliar o processo com cautela, sem antecipar conflitos. “Eu não posso fazer política pensando na vontade dos outros. Primeiro eu tenho que pensar na minha vontade e analisar se tenho condição de ganhar”, pontuou.

Sobre a declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), que anunciou que irá se desincompatibilizar do cargo para disputar o Senado, Coronel afirmou ver a movimentação com naturalidade. Para ele, todos os nomes citados no debate têm legitimidade para concorrer. “Rui tem direito, Wagner tem direito, João Roma tem direito, Marcelo Nilo também. O povo é quem vai escolher”, disse.

O senador também relativizou a ideia de que pesquisas definirão a composição das candidaturas. De acordo com o congressista, o governador terá papel de arbitragem, mas não pode impor decisões. Coronel destacou ainda que, com o fim das coligações proporcionais, o conceito de “chapa” é muitas vezes usado de forma equivocada. “A candidatura ao Senado é independente. Eu vou registrar minha candidatura pelo PSD”, cravou.

Ao ser provocado sobre para qual candidato a governador faria campanha, caso confirme a candidatura independente ao Senado, Angelo Coronel encerrou a entrevista em tom bem-humorado: “Eu vou lançar Jesus”.